CONHEÇA ANTONIO DINO
Maranhense da cidade de Cururupu, filho de Jorge, imigrante libanês e de Vicência, cearense vítima do flagelo da seca de 1877, Antônio Jorge Dino nasceu em 23 de maio de 1913, sendo o único filho do casal. Naquela cidade estudou o primário e concluiu o curso de marceneiro. A vontade de progredir o fez deixar a proteção de sua família e encarar a vida difícil na capital maranhense, onde concluiu o Ginásio, no colégio Ateneu Teixeira Mendes.
Contrariando seu pai, decidiu deixar o Maranhão para estudar Medicina no Rio de Janeiro. Na capital carioca, foi aluno da Faculdade Nacional de Medicina. Neste período, tornou-se interno da Beneficência Espanhola, onde permaneceu até sua formatura.
Antônio Dino casou-se em São Luís no dia 16 de março de 1953 com Enide Jorge Dino. Conheceram-se através da irmã mais velha dela, que era paciente do jovem médico e esposa do amigo e parceiro de pensionato, Josué Montello. Antes disso, por volta dos anos 50, para não deixar as raízes da terra, ele fundou a Associação Maranhense, reunindo a colônia maranhense residente no Rio de Janeiro, que contava com assistência médica, alimentação e até hospedagem. A associação funcionava na própria casa de Antônio Dino, na rua Santo Amaro, 137, no Catete. “Nossa casa era o ‘consulado maranhense’”, brinca a esposa do médico. Juntos, eles tiveram seis filhos (Silvia, Célia, Jorge, Regina, Antônio e Rosila), mas o médico teve mais dois filhos antes do casamento (Osvaldino e Roberto).
Um ano após o casamento, o médico iniciou sua carreira política, concorrendo, no ano de 1954, ao cargo de Deputado Federal, sendo eleito pelo PSD. Foi reeleito ao cargo, e com a fundação de Brasília, mudou-se para a nova capital Federal com a família. Após seu 2º mandato, ele retornou a São Luís, por motivo de doença, e elegeu-se deputado Estadual (1962). Em seguida, foi indicado pelo partido para concorrer ao governo do estado como vice da chapa de José Sarney. Após governar o estado, em substituição a Sarney, por 11 meses, abandonou a política para dedicar-se especialmente ao seu sacerdócio: ser médico.
Apesar da vida agitada, dedicou todos os seus 63 anos de vida à filantropia, atendendo pacientes carentes, tanto no Rio de Janeiro, onde foi diretor vitalício do Hospital Alan Kardec, como em São Luís, na Santa Casa de Misericórdia, e em seu consultório particular. Foi professor titular da cadeira de Cirurgia II, na Universidade Federal do Maranhão, e membro da Academia Maranhense de Medicina. Sua luta incansável contra o câncer no Estado do Maranhão teve início em 1965, quando assumiu a presidência da Liga Maranhense de Combate ao Câncer, e Enide Dino, a presidência da Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Juntos, deram um verdadeiro impulso a esta luta, que saiu dos limites do Estado do Maranhão e, hoje, faz parte da história da cancerologia no Brasil. Àquela época, existia o Hospital Aldenora Bello, inaugurado no governo Newton Bello, representado apenas por um consultório, um aparelho de Raio-X precário e uma sala para as voluntárias. Antônio Dino, junto com Enide Dino e muitos amigos colaboradores deram início a campanhas e promoções destinadas à ampliação do Hospital, com a construção de um centro cirúrgico e demais dependências e a importação de uma Bomba de Cobalto, utilizada no tratamento de radioterapia, completando assim o ciclo de tratamento: cirúrgico, quimio e radioterápico.
Em 1976, o médico Antônio Jorge Dino falece decorrente de problemas cardíacos.
Nove meses após sua morte, é criada a Fundação Antônio Dino, que surgiu após a junção da Liga Maranhense e da Rede Feminina de Combate ao Câncer para dar continuidade ao seu legado. Hoje, a entidade é presidida por sua esposa a Senhora Enide Moreira Lima Jorge Dino, que continua alimentando o sonho de seu marido, dedicando-se a esse trabalho incessante de luta pela melhoria de vida das pessoas carentes. Além do Hospital do Câncer Aldenora Bello (HCAB), referência no tratamento de câncer no estado, a Fundação mantém um Núcleo de Voluntárias, duas casas de apoio (Erosilda Mota e Criança Feliz) para pacientes carentes, um Centro de Estudos do Câncer e um Centro de Capacitação de Recursos. São várias unidades operacionais que se destinam a apoiar todos os pacientes carentes, portadores de câncer no Maranhão.
DADOS BIOGRÁFICOS DO DR. ANTONIO DINO
Atuação Acadêmica
- Interno da Policlínica de Botafogo e do Hospital da Sociedade Espanhola de Beneficência.
- Interno, por concurso, do Pronto Socorro do Rio de Janeiro.
- Logo depois de formado conquistou o primeiro prêmio de cirurgia da Sociedade de Medicina e Cirurgia, naquele mesmo ano, tendo concorrido com o trabalho intitulado “Colpoperineoplastia”.
Atividades Médicas
- Integrou a Missão Médica do Brasil à Argentina e Uruguai em 1941.
- Diretor e Chefe de Clinica do Hospital Allan Kardec.
- Medico e Chefe de Obstetrícia do Hospital da Sociedade Espanhola de Beneficência.
- Médico do SAMDU, na Guanabara.
- Diretor Perpétuo do Hospital Allan Kardec, do Rio de Janeiro.
- Curso de Medicina Militar.
- Estágio médico no Grupo Escola de Artilharia Motorizada, em Deodoro, Guanabara.
- Oficial médico da Reserva do Exercito.
- Membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e de São Luis do Maranhão.
- Médico do INPS e da SUDEP.
- Diretor Geral do Hospital Aldenora Bello, em São Luis, de 1966 até seu falecimento em 1976.
Atividades Docentes
- Professor registrado no MEC lecionou ciências físicas e naturais, física, química e biologia, em vários colégios do Rio de Janeiro.
- Assistente do Professor Motta Maya, que foi catedrático de Clínica Cirúrgica da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, na década de 70.
- Assistente do Professor Augusto Paulino Filho, na cadeira de técnica-operatória da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.
- Professor do Curso de Preparação de Candidatos ao Concurso de Internos do Pronto Socorro do Rio.
- Regente da Cátedra de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Ciência Médica da Universidade do Maranhão
Outras Atividades
- Autor de vários trabalhos originais apresentados às Academias de Ciências Médicas do País e do Estrangeiro.
- Curso de CPOR no Rio de Janeiro.
- Oficial da Reserva da Arma de Infantaria.
- Presidente da União dos Discípulos de Jesus do Rio de Janeiro.
- Colaborador da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), turma de 1969.
- Fundador e Presidente da Associação Maranhense do Rio de Janeiro.
- Fundador das Sociedades Folclóricas do Rio de Janeiro, de Cururupu e de Brasília. Esta última hoje, vinculada à Universidade Federal de Brasília.
- Foi membro e presidente do Rotary Clube de São Luis.
Atividades Parlamentares
- Deputado Federal por duas legislaturas consecutivas, de 1954 e 1962, tendo sido, na Câmara Baixa do País, membro das Comissões de Educação e Cultura e de Orçamento.
- Relator do Orçamento do Ministério da Agricultura.
- Deputado Estadual cujo mandato se extinguiu a 31 de janeiro de 1967.
- Vice-Governador do Estado do Maranhão de 31 de janeiro de 1966 a 13 de maio de 1970.
- Governador do Estado de 14 de maio de 1970 a 15 de março de 1971.
- Integrante da Comitiva Parlamentar que visitou o Oriente e a Europa em missão oficial.
- Condecorado pela República Árabe Unida.
- Condecorado pelo Governo do Maranhão com a Medalha de Mérito Timbira.
- Condecorado com a Medalha do 4º Centenário de São Luis, instituída pela Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, em 2012.