Presidente

 ENIDE MOREIRA LIMA nasceu no dia 4 de janeiro de 1928, em Colinas, no Maranhão, filha de Gonçalo Moreira Lima e Rosila Coelho Moreira Lima, a dona Lili.

A infância em Colinas era preenchida com escola, brincadeiras, aos 12 anos, foi morar em São Luís, na residência de Duval Viana e de sua mulher, dona Nilese, para continuar os estudos.  Estudou no Colégio de São Luís, de propriedade do Professor Luís Rego, e depois no Colégio Santa Teresa.

Em 1946, quando tinha 18 anos, casa-se sua irmã, Maria Helena, que vivia em companhia da irmã mais velha, Rosila, a Lilizinha, casada com o escritor Josué Montello.  Enide então se muda para o Rio de Janeiro, para fazer companhia à irmã Lilizinha.  Lá conhece o primeiro e único namorado, Antônio Dino, amigo do cunhado Josué e médico de irmã Lilizinha.

 

Casaram em 16 de março de 1953. O casal teve seis filhos: Silvia, Célia, Jorge, Regina, Antonio e Rosila. Todos, com exceção de Rosila (que nasceu em Cururupu) nasceram no Rio de Janeiro, onde o casal fixou residência. Em 1960, com a mudança da capital para Brasília, a família mudou-se para a nova capital, pois Antonio Dino era Deputado Federal.

Em 1966, Enide assumiu a direção da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Algum tempo depois, a convite do Dr. Pedro Neiva, Antonio Dino assumiu a presidência da Liga Maranhense de Combate ao Câncer.  Com a esposa já engajada no trabalho, ele aceitou o convite imediatamente.  Começava aí a luta de uma vida inteira…

Assim que assumiram a Liga e a Rede, iniciaram a construção do pavilhão que deveria abrigar a bomba de cobalto.  Foram anos de campanhas para angariar fundos.  Muitas vezes, durante a construção, Antonio Dino acordava de madrugada, preocupado com a falta de dinheiro para pagar os pedreiros ou para comprar material.  Nesses dias, Enide convocava dona Santinha Furtado (que deu nome ao voluntariado do hospital), e saíam as duas pela cidade, visitando os empresários e comerciantes para arrumar dinheiro. Foram muitas as campanhas realizadas na cidade para recolher dinheiro.  Faziam pedágios nos sinais de trânsito, vendiam canecos de chope, livros de receitas, tudo que podia ser transformado em dinheiro foi utilizado com a finalidade de angariar fundos. Enide promovia bingos, sorteios e festas.

No início dos anos 70 foi iniciada a campanha para aquisição da bomba e da primeira pastilha de cobalto para o Hospital “Aldenora Bello”.  A bomba e a pastilha eram adquiridas da Phillips e vinham diretamente da Holanda. Finalmente, no início dos anos 70, havia dinheiro suficiente para dar a entrada da bomba, entretanto, se a entrada fosse dada, não haveria recursos para continuar a construção do pavilhão que deveria abrigar a bomba.  Enide foi, então, conversar com o Governador Pedro Neiva. O governador concordou em pagar a entrada.  Por esquecimento, ou por falta de experiência, Enide não disse ao governador, que também não perguntou, em quanto importava a entrada da bomba.  No dia marcado, quando ela chega para receber o dinheiro, ele havia mandado repassar somente Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros), quantia insuficiente.  Tiveram que começar tudo de novo, já que todo o dinheiro havia sido gasto na construção.

Chegou a bomba a São Luís, em 1975, e teve que ficar quase um ano guardada no Porto do Itaqui, pois o pavilhão, no Hospital “Aldenora Bello”, continuava em construção.  Em março de 1976, finalmente, chega a bomba ao Hospital Aldenora Bello e em 18 de julho do mesmo ano, morre Antonio Jorge Dino.

Enide, ainda muito fragilizada com a morte do marido, tirou forças de algum lugar para fundir a Liga com a Rede e criar, em dezembro de 1976 a Fundação Antonio Dino que há quarenta anos combate o câncer no Estado do Maranhão.

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